domingo, 23 de outubro de 2011

Chuva


Fria, solta, fina, límpida e ruidosa, é a chuva! Eis que chega, tempo de puxar a cortina, olhar pelo vidro entre as pequenas aberturas das portadas e ver - água - precipitar do céu, aquele que já foi azul, agora cinzento, amanhã, não sei! Cenário triste? Não! Belo, doce e poético cenário deslumbro com o olhar, o mesmo que te olha, que te vê, que te sente, belo, doce e poético Amor!

Percorre o meu corpo, chuva, faz vibrar cada parte de mim, faz-me sentir, como o Amor, quente!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Silêncios



Os ruídos que se escutam no teu silêncio incomodam a força e frequência com que o meu coração bate.

Se estás perto, o teu silêncio é o meu silêncio, é o nosso silêncio.


Se estás longe, o teu silêncio é uma bomba que estilhaça em mil pedaços o meu silêncio.


E não, não posso lutar contra ele, nem contra a bomba que se instalou em mim.

Orvalhando...


Também há orvalhada no calor da noite, torna-a mais fria, mais dispersa e mais perigosa. Essa neblina, que percorre o céu, o chão e as paredes, que invade as roupas, que chega à pele, escorre molhando, como as lágrimas que correm no rosto, mais triste e mais sensível, como o suor que cai quando se ama... mas este não é quente, não é doce nem salgado... É amargo e sabe a escuridão, dessa noite que não acaba!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Solta-se o Vento, Movem-se as Folhas, Cantam os Pássaros...

Dou por mim, sentado, pensando, sentindo. Ouço os carros passar na rua, o leve sussurrar das folhas que tocam umas nas outras motivado pelo vento quente que as move, os pássaros que olham a minha janela e cantam, a minha tv que passa música atrás de música e me cansa de não poder ver/ouvir nada mais! Deito-me sobre a almofada que tenho junto a mim, uno as palpebras, sinto as pestanas tocar-me nas bochechas, quentes deste verão tardio, imagino o que pensam as pessoas que conduzem os carros, as folhas que se movem com o vento, os pássaros que me olham pela janela, os que cantam e cantam na tv... o que pensam para escrever aquelas letras, algumas de fúria, de amor, de desespero, de dúvida, de angústia, de saudade... e será que os pássaros têm saudades? E as folhas, sentem saudade, da agua fria do Inverno a percorre-las?
Eu sei! Perguntas demasiado desnecessárias para quem apenas está a descansar na calma da sua casa... Eu sei, deveria pegar na bicicleta e andar por ai, sentir eu o vento, ver os pássaros fugir de mim, desviar-me dos carros que passam nas ruas... e transpirar estes pensamentos, sentir apenas o coração bater e a respiração acelerada! Mas... a espera por algo que faça de mim Mais é mais forte e desejo ser atropelado por esses sentires, afogado pelos lábios de quem me deseja e iluminado pela Luz de quem me ama. Onde estás tu, Luz? Queres enganar-me com a Lua? Queres mentir-me como o vento que é frio e grita o calor do sol? Queres brilhar sem aquecer? Ou queres simplesmente 'ligar-me' para ti?