domingo, 31 de março de 2013

Uma simples bolinha verde!

Dei por mim estagnado, na criação e no sentir, na vontade de querer mudar! Dei por mim inquieto com os dedos, as mãos, os pés, o nariz, o corpo... Dei por mim a morrer hermeticamente fechado contigo dentro de mim, espaço. Este vácuo!
(Que soluto é solução sem o seu solvente?)


Inquieto, percorria as janelas, sentia-vos passar sem nada me preencher! Assobios quase como piropos, eram estilhaços, eram vidro frio. Simplesmente bloqueava a vossa entrada. Sem sentires, sem viveres, quase pareciam fumo, negro e sufocante, quando o que eu esperava era lava, a lava quente, como o sangue que me aquece o corpo, a lava que me cora a face perante a verdade de alguém que comove, que respeita, que me dá a lua para por nos lábios.

Tentaste perceber as minhas sombras, quiseste que eu voltasse atrás, quiseste? Será que quiseste? As minhas sombras não assombram, as minhas sombras, as minhas teias, não precisam viver para me pertencerem. Sou um homem livre para ti, para te sentir e para te viver (Amor)! Sou um simples ser, um ser perdido... mas sem escombros.

Iniciaste, desbloqueaste, clicaste, e foste tudo menos uma máquina... Não precisei de te ter para voar contigo, não precisei de tocar para te sentir, não precisei de te ouvir para me encantar e enternecer, para me erguer. Que ansiedade é esta? A de te procurar numa tela! A de te ver numa estátua de mármore! A de te ouvir em Mozart! A de te sentir com o vento da Foz! A de te cheirar com as flores nas varandas! A de te beijar como quem reanima este coração, este corpo, já sem vácuo.

Procuro-te entre as linhas que escreves, adivinho-te nas ambições, crio-te nos meus objectivos e projecto-te  no meu céu, onde voamos, em sonhos ou não. Espero que não apenas nessas viagens, mas na vida.

E começaste por ser... Apenas uma simples bolinha verde!