domingo, 11 de dezembro de 2011

Acreditar


Desde o primeiro segundo, quando, como disseste, "me perdi" para te encontrar, eu acreditei que estaria a fazer algo certo na minha vida. Era tarde, já noite, eu abri-te as portas, não apenas do carro que conduzia, como da vida que tinha. Começaste a fazer-me acreditar que eras um homem especial, com a palavra como dom, com a voz da razão e da sabedoria, deveras sábia para as primaveras que contavas. Como brisa naquele verão quente, o teu cheiro tornou-me carnal naquela noite, o teu beijo parecia água para quem morria de sede e a tua pele um cobertor para o frio que me consumia até então. Foi há quatro meses e uns dias que comecei a acreditar que era homem para voltar a sentir o estômago girar, sentir o pulsar do coração na ponta dos dedos, na boca, no peito... tu parecias recuar, na verdade era para mostrar o quão misterioso poderias ser para me surpreender. Contaram-se os "encontros", os dias, as semanas somaram-se até que te chamei Amor. Acreditei que os nossos sorrisos eram só nossos, e tu começaste a acalmar aquela vontade de amar, porque por fim o Amor nasceu e amar já não era vontade mas realidade. Sentia as tuas mãos na minha perna enquanto conduzia, sentia o teu olhar na minha direcção quando estava de olhos na estrada, sentia o teu desejo e acreditava que era o nosso mundo que estava a nascer naquele caminho que percorríamos juntos. Acreditei em ti e nas conquistas, venceste e ao teu lado estava. Festejaste outra Primavera, já era Inverno, cheirava-se Natal, o que se deseja eterno. E o melhor é que acreditar não ficou no passado, hoje eu continuo a acreditar que numa sinapse podemos rever um pouco da história e perceber que a vida já não seria igual sem estarmos ao lado um do outro! Acreditar é a força que me faz Amar-te P.

domingo, 23 de outubro de 2011

Chuva


Fria, solta, fina, límpida e ruidosa, é a chuva! Eis que chega, tempo de puxar a cortina, olhar pelo vidro entre as pequenas aberturas das portadas e ver - água - precipitar do céu, aquele que já foi azul, agora cinzento, amanhã, não sei! Cenário triste? Não! Belo, doce e poético cenário deslumbro com o olhar, o mesmo que te olha, que te vê, que te sente, belo, doce e poético Amor!

Percorre o meu corpo, chuva, faz vibrar cada parte de mim, faz-me sentir, como o Amor, quente!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Silêncios



Os ruídos que se escutam no teu silêncio incomodam a força e frequência com que o meu coração bate.

Se estás perto, o teu silêncio é o meu silêncio, é o nosso silêncio.


Se estás longe, o teu silêncio é uma bomba que estilhaça em mil pedaços o meu silêncio.


E não, não posso lutar contra ele, nem contra a bomba que se instalou em mim.

Orvalhando...


Também há orvalhada no calor da noite, torna-a mais fria, mais dispersa e mais perigosa. Essa neblina, que percorre o céu, o chão e as paredes, que invade as roupas, que chega à pele, escorre molhando, como as lágrimas que correm no rosto, mais triste e mais sensível, como o suor que cai quando se ama... mas este não é quente, não é doce nem salgado... É amargo e sabe a escuridão, dessa noite que não acaba!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Solta-se o Vento, Movem-se as Folhas, Cantam os Pássaros...

Dou por mim, sentado, pensando, sentindo. Ouço os carros passar na rua, o leve sussurrar das folhas que tocam umas nas outras motivado pelo vento quente que as move, os pássaros que olham a minha janela e cantam, a minha tv que passa música atrás de música e me cansa de não poder ver/ouvir nada mais! Deito-me sobre a almofada que tenho junto a mim, uno as palpebras, sinto as pestanas tocar-me nas bochechas, quentes deste verão tardio, imagino o que pensam as pessoas que conduzem os carros, as folhas que se movem com o vento, os pássaros que me olham pela janela, os que cantam e cantam na tv... o que pensam para escrever aquelas letras, algumas de fúria, de amor, de desespero, de dúvida, de angústia, de saudade... e será que os pássaros têm saudades? E as folhas, sentem saudade, da agua fria do Inverno a percorre-las?
Eu sei! Perguntas demasiado desnecessárias para quem apenas está a descansar na calma da sua casa... Eu sei, deveria pegar na bicicleta e andar por ai, sentir eu o vento, ver os pássaros fugir de mim, desviar-me dos carros que passam nas ruas... e transpirar estes pensamentos, sentir apenas o coração bater e a respiração acelerada! Mas... a espera por algo que faça de mim Mais é mais forte e desejo ser atropelado por esses sentires, afogado pelos lábios de quem me deseja e iluminado pela Luz de quem me ama. Onde estás tu, Luz? Queres enganar-me com a Lua? Queres mentir-me como o vento que é frio e grita o calor do sol? Queres brilhar sem aquecer? Ou queres simplesmente 'ligar-me' para ti?

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TE MO

Seria impossível não escrever algo depois de ver isto.

Há vidas, há memórias, há amores, há decisões, há atittudes, há futuro...

Quando não vale a pena pensar, não vale a pena viver no passado,
vale a pena saber que...



futuro,


vida,


memórias,


Amor,
Há,

o Tempo que as Entranhas permanecem com Memórias de Ontém

...uma vida vazia, um futuro cheio (de Memórias? ou de Amor?)
TE MO

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cuidar... Onde está a tua arte?


Conheço o percurso da vida, percorrendo os trilhos, alguns becos sem saída e algumas rectas longas, íngremes em declives positivos, para saber o que quero saber e conhecer o que conheço, para sentir sentido o que sinto e ainda assim, viver vivendo neste mundo "não-vivo". Cresci, Aprendi, Estudei, agora Trabalho! Profissão "não-escolhida", aleatória no querer e no desejar, porque ser o que Sou, nem sonho foi, agora é! Agora é, pois as barreiras erguem-se, em torno de mim - Enfermeiro e aspirante a excelente cuidador - constrói-se um Muro de Berlim, aqueles blocos de cimento e pedra, fria, que só cedem a vontade e motivação, que nem essa existe, às vezes, para ultrapassar tudo isto! Pergunto-me onde foi o ideal da Arte de Cuidar?! Exigem-nos a qualidade de serviços, mas onde está a qualidade das condições de trabalho? Pedem-nos mais horas, mais esforço, logo mais dores, mais morte, e em troca recebemos, Nada! Já pensaram, vocês que me pagam no final do mês que o sorriso que tanto nos obrigam a oferecer, também vos ficava bem para connosco? Já pensaram que o reforço negativo não o melhor amigo para quem pretende alcançar a qualidade de serviços... deviam saber que ninguém trabalha bem sem motivação, sem reforço positivo e sem calor, sem palavras de gratidão... Sinto falta! Sinto falta de ser um estagiário visionário, de ser um Enfermeiro lutador e sonhador, de ser um artista nesta arte... Serei? Quero pintar sorrisos e oferecer o meu Eu a quem se cruza comigo. Quero dar o meu Eu Enfermeiro, o meu Eu de artista e poder mostrar o sol cair no mar, poder olhar para trás e as cores com que pintei serem claras, vivas e não obscuras, não de tristeza e revolta... Quero Ser um Artista! Volta para mim, alma de Artista, volta para mim, cor viva, sol que brilha e céu aberto. Volta e Cuida de mim...

sábado, 17 de setembro de 2011

Na rebeldia do Luar

Dei por mim, já com o poder da raiva na pele, a desejar que calasses a minha e a tua boca para dizer outras coisas que não se dizem, sentem-se. Mas foram as palavras complementadas com gestos que te fizeram perceber que no Amor há poeiras para fazer assentar ou ambos continuaremos esta Obra obnibulados pela fantasia de que tudo é perfeito. Não que não seja ou esteja próximo, mas ambos sabemos que é nos traços descontinuos, imperfeitos que bebemos para fazer viver este sentimento. A noite é obscura e densa, sob o Luar os lábios tornam-se mais humidos e mais próximos.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Apago a luz?


Olho a luz, vazia, no meu quarto. Fecho os olhos e esforço-me por sentir o sangue correr-me pelo corpo. Não consigo... esforço-me mais! Ouço agora o bater do meu coração... Um sinal físico de uma possível ansiedade ou inquietação, ou então, a simples funcionalidade deste organismo vivo - o Ser Humano. Temos uma facilidade quase trivial de associar às paixões as palpitações, a ansiedade, o remoer da barriga. Que ingenuidade esta de atribuir aos efeitos uma causa tão facilmente perceptível analisando os comportamentos. Sou um homem relativamente novo, todos os dias experimento algo diferente na minha vida, procuro aprender e ensinar, crescer e melhorar-me. Há 3 dias deixei de fumar! A cada segundo que passa um novo pensamento me surge na mente para esquecer a necessidade de uma substância, mas nenhum para esquecer a verdade daquilo que o sangue que me corre distribui por cada célula do meu corpo, a falta que me fazes! Será que é por ter a Luz Acesa?

O quarto ficou escuro. Apaguei a luz! Na escuridão preocupo-me em saber os limites do meu corpo, perceber o espaço em que me movo, interpretar os sons que me rodeiam, sentir o cheiro... Não entrava neste quarto há uns dias... Na verdade nos últimos tempos, é pouco o tempo que passo nele... agora tenho dois espaços (meus). Concentro-me, e vibro junto como meu pensamento e a taquicardia que me assola ao desejar os beijos, ao querer que a minha actividade alucinatória aumente para poder ver, sentir e ouvir... Sou um ingénuo que pensa na paixão como um adolescente! Será assim que deve continuar? Será que vou continuar a sentir-me assim? Confesso que na loucura e ingenuidade do Amor, eu quero continuar assim, uma Luz Apagada com a possibilidade de a Acender para te Ver!

Corpos Despidos

No teu corpo descanso, no teu corpo eu respiro a essência do desejo e da paixão! Entre suaves e prolongados contactos da superfície da nossa pele, nasce dos lábios a vontade de tocar-te, beijar-te, saborear esta vontade de sermos um só! É na união de dois corpos que se encontra a subliminar verdade do sentimento que a provoca. Cada traço teu é pecado, cada beijo teu é desejo, cada aproximação é paixão! Cada um de nós não existe, um sem o outro!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Em busca do Vale Encantado


Forte desejo de encontrar, de merecer a calma, a harmonia, a felicidade junto daqueles que semelhantes são a nós! A busca pelo Vale Encantado, um lugar em que somos livres, estamos vivos e vivemos, um lugar de crua ingenuidade onde o mal não entra e a verdade é bela e não dolorosa... O Vale Encantado é a forma mais terna e ao mesmo tempo fugaz de desejar a ingenuidade de viver num Mundo sem crueldade e mentira, sem dor, sem medo!
A verdade, nua, é que os sentimentos mais bonitos e eternos tornam este Mundo de Sofrimento melhor... O Amor, a Amizade e a Cumplicadade... a União, a Companhia, o Cuidar...